quinta-feira, novembro 10, 2005

Lituma Nos Andes

"...
-E ajudou-nos - suspirou Tomás. - No dia seguinte, a Mercedes já tinha uma caderneta eleitoral nova. E, nessa mesma noite, desapareceu.
- Queres dizer que mal se viu com os papeis na mão, ela te deixou Tomasito?
- E levou os quatro mil dolares que lhe dei - murmurou muito lentamente o adjunto.
- Quer dizer, foi assim que te fodesre - disse Lituma. - Porra Tomasito.
- Sim, meu cabo - disse o adjunto. - Foi assim que me fodi."

E pronto, já o acabei. Muito bom. Deixou-me com água na boca para ler mais um livrito. E já o escolhi. Vai ser "O Deus das Pequenas Coisas" de Arundhati Roy.

Um Plymouth azul-celeste retido no meito de uma manifestação de trabalhadores em Cochin. Neste carro estão Rahel e Estha, gêmeos que crescem entre os calderões de geléia e grãos de pimenta na fábrica da avó Mammachi. Com inocência e curiosidade, inerente às crianças, eles atravessam uma infância em meio ao caos de sua família - a solitária mãe, o tio divertido, a inimiga de infância e o fantasma de uma mariposa. Em meio a essa vida, descobrem que "As Coisas" podem mudar de repente, num só dia, que as vidas podem ter seu rumo alterado e assumir novas - e feias - formas, que podem até acabar. O Deus das pequenas coisas é um romance ancorado na angústia, mas alimentado pela magia e por um profundo conhecimento.

Arundhati Roy, da Índia, é a autora do aclamado romance The God of Small Things (O Deus das Pequenas Coisas) (Harper-Perennial, 1997). Entre seus ensaios estão incluídos The Cost of Living (O Custo de Viver) (Modern Library, 1999) e Power Politics (Políticas do Poder) (South End Press, 2001). Ela é uma das ativistas líderes dos movimentos contra a guerra e contra a globalização promovida pelas corporações.

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